A Universidade das Quebradas é um projeto inovador de formação e intercâmbio cultural, criado pelas pesquisadoras Heloísa Teixeira e Numa Ciro, que busca aproximar os saberes acadêmicos e periféricos, promovendo um espaço de aprendizado horizontal e inclusivo. O projeto parte do princípio de que o conhecimento produzido nas periferias deve dialogar de forma igualitária com os espaços acadêmicos, quebrando barreiras e promovendo novas perspectivas na produção cultural.
Cada edição da Universidade das Quebradas é estruturada em torno de um tema central, e os alunos são selecionados por chamamento público. Durante o processo formativo, os participantes desenvolvem um produto artístico final, compartilhado com o público para ampliar o alcance das discussões e reflexões propostas. Em 2024, o projeto alcançou um marco histórico ao expandir sua atuação para além do Rio de Janeiro, chegando a São Luís (MA) e Belém (PA), reafirmando seu compromisso com a descentralização do conhecimento.
De forma inédita, a edição do Rio de Janeiro foi realizada dentro da Academia Brasileira de Letras (ABL), e desenvolveu o objetivo de colocar Machado de Assis e a questão racial no centro do debate, provocando uma ressignificação de sua obra a partir de uma perspectiva periférica e afrodescendente.
Ao longo de oito meses de curso, 50 alunos participaram de oficinas, palestras e seminários, adquirindo ferramentas essenciais para contar suas próprias histórias e expressar suas vivências por meio da escrita. As aulas foram realizadas na ABL, onde os participantes puderam interagir diretamente com imortais da instituição, ampliando o diálogo entre suas produções e o cenário literário nacional. Ao final, foi criada uma Exposição com os trabalhos desenvolvidos que permaneceu em exibição dentro da ABL ao longo de um mês.